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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Curso Teórico/Prático de Introdução a Primatologia

O Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza, em parceria com o Curso de Ciências Biológicas da UCS e o Diretório Acadêmico, realizaram dos dias 11 a 18 de maio o curso intitulado “Introdução à Primatologia (teórico/prático) ”. O curso teve a participação de 24 alunos de Biologia, sendo realizada a parte teórica nas dependências da Universidade de Caxias do Sul - UCS e as atividades práticas em no distrito de Fazenda Souza - Caxias do Sul, junto a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO). Os participantes do curso tiveram palestras ministradas pelo biólogo e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia, Dr. Rodrigo Cambará Printes, pela Bióloga Juliana Nascimento Martins (Instituto Orbis / Empresa Tecniflora), pelo bílogo Msc. Guilherme Brambatti Guzzo e pelo veterinário da Secretaria Estadual da Saúde Eduardo Kieling. As palestras abordaram temas relacionados à Biologia da Conservação com ênfase na primatologia.

No fim-de-semana, os alunos estiveram em Fazenda Souza para realizar as atividades práticas do curso. Puderam observar os hábitos dos bugios-ruivos (Alouatta guariba clamitans) em seu ambiente natural e realizaram entrevistas com a população local, as quais abordaram temas relacionados à visão que o entrevistado tem das matas nativas e dos animais silvestres, a relação do bugio e a febre-amarela e informações quanto à transmissão da doença. As entrevistas foram realizadas em diferentes Zonas do distrito de Fazenda Souza. Após dois dias de trabalho, totalizando 70 entrevistas, obteve-se algumas informações relevantes, tais como: 1º) 37% dos entrevistados consideraram a mata nativa importante para a preservação da água; 2º) 67% das entrevistas indicam que a população tem o conhecimento de que a febre-amarela não é transmitida pelo bugio e, sim, pelo mosquito. Entretanto, 19% delas acreditam que o bugio transmite a febre-amarela e 14% não sabem; 3º) 9% das pessoas entrevistadas relatam que já ouviram falar de caça de bugios por causa da febre-amarela; 4º) 7% dos entrevistados não haviam se vacinado; 5º) 14% dos entrevistados não receberam informações sobre a febre-amarela e 6º) 33% obteve essas informações através da televisão seguido de 32% pela rádio. O Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza sabe da importância que o bugio desempenha nas nossas matas nativas, atuando como regenerador das florestas através da dispersão de sementes e, no caso da febre-amarela, torna-se nosso anjo da guarda, alertando a população sobre a ocorrência da febre-amarela e seu mosquito transmissor na região.

O curso realizado, além de ter oportunizado aos estudantes do curso de biologia da UCS uma experiência prática de estudos com primatas, oportunizou à comunidade de Fazenda Souza obter mais um instrumento de informações a respeito da febre-amarela, sua transmissão, seus vetores e que o nosso “anjo da guarda” (bugio) é apenas mais uma vítima dos mosquitos transmissores, Haemagogus leucocelaenus e Sabethes sp.















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